ENEM está quase aí!
20% desconto com cupom RETAFINAL

Redação do ENEM 2025: os 10 temas MAIS PROVÁVEIS de cair na tua prova

Márcia Fernandes
Márcia Fernandes
Professora de Língua Portuguesa e Literatura

Faltam poucos dias para o ENEM 2025! Selecionei alguns dos temas que têm grandes chances de serem cobrados na redação deste ano. São assuntos atuais e com bastante relevância nacional.

✨ Com nossos textos motivadores e exemplos de redações nota 1000, você tem tudo para conquistar aquela pontuação dos sonhos. ✨

10º. O impacto das mudanças climáticas nos direitos básicos da sociedade brasileira

As mudanças climáticas seguem intensificando seus impactos no Brasil, com secas, enchentes e ondas de calor que comprometem direitos básicos como o acesso à água, à alimentação e à saúde.

Diante da continuidade desses eventos, o tema permanece altamente relevante em 2025. Por isso, acompanhar as notícias e refletir sobre suas causas e consequências é essencial para estar preparado para a redação do ENEM.

Textos motivadores

Texto 1

A crise de Direitos Humanos é a outra face da crise climática
Jurema Werneck
23/09/2021

De imediato, viver em um ambiente saudável já é um direito humano. Quando isso não acontece, portanto, já há uma violação. O ser humano precisa de um ambiente adequado para viver, pois, do contrário, há consequências.
Quando a gente olha para a crise do clima, em particular, a gente vê que essas consequências se aprofundam muito mais. São muitos os impactos que a atual crise climática provoca na vida das pessoas. E é na vida de todos, pois todo mundo está enfrentando esses eventos climáticos extremos – ondas de calor que provocam mortes, incêndios, inundações, mudanças no regime de chuvas, secas, frio intenso, inclusive em diversos lugares do Brasil.

O problema não são só esses eventos, mas também a consequência para a saúde das pessoas. A estiagem afeta a produção dos alimentos e no Brasil, hoje, há milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar. Particularmente as populações mais vulneráveis, por conta das desigualdades, acabam pagando uma conta mais alta.

Fonte: ufrgs.br/jornal/a-crise-de-direitos-humanos-e-a-outra-face-da-crise-climatica-afirma-jurema-werneck/

Texto 2

Charge sobre o impacto das mudanças climáticas

Fonte: instagram.com/p/C_wZ-ngMIFr

Texto 3

Ameaças e riscos de desastres no Brasil
Unicef
2022

No Brasil, a urbanização foi caracterizada por seu desordenamento. Com frequência, por pressões econômicas e políticas públicas, as populações mais pobres viram-se forçadas a fixar-se em áreas geográfica e ecologicamente vulneráveis, como planícies inundáveis e encostas íngremes, vivendo em moradias precárias, sem acesso a saneamento básico e outros serviços essenciais (Guimarães, 2016). Quanto maiores são a pobreza, as vulnerabilidades e o adensamento populacional da região atingida por um desastre, menor é sua capacidade de resposta frente aos riscos; maiores são os impactos; e mais graves são as perdas decorrentes.
(...)

Com as mudanças climáticas, ainda que as emissões sejam mitigadas e os objetivos do Acordo de Paris sejam atingidos, os fenômenos climáticos serão mais comuns e mais extremos ao longo das próximas décadas. É preciso adaptar a infraestrutura e as comunidades para reduzir os riscos e os desastres.

Fonte: unicef.org/brazil/media/21346/file/criancas-adolescentes-e-mudancas-climaticas-brasil-2022.pdf

Exemplo de redação nota 1000 sobre o tema

As mudanças climáticas ameaçam direitos básicos da sociedade brasileira, como o acesso à água potável e à moradia digna e à saúde pública. No filme O Dia Depois de Amanhã, dirigido por Roland Emmerich, vemos uma representação fictícia, mas impactante, das catástrofes ambientais que poderiam ocorrer em um cenário de negligência. No Brasil, embora não enfrentemos eventos exatamente como os retratados no filme, já convivemos com secas prolongadas, enchentes devastadoras e ondas de calor intensas, fenômenos que evidenciam a urgência de cobrar das autoridades mecanismos efetivos de prevenção adequados para mitigar esses tipos de riscos. Ignorar essa demanda pode intensificar a desigualdade social e o aumento da vulnerabilidade das populações mais desfavorecidas.

Para a criação de políticas eficazes, é crucial que a sociedade compreenda os riscos que as mudanças climáticas representam para os seus direitos fundamentais. Sem esse entendimento, a população fica vulnerável, não sabendo sequer o que exigir dos governantes no que respeita à prevenção adequada para mitigar os impactos causados pelas mudanças climáticas. Em comunidades que já vivem em situação de precariedade, a ausência de políticas preventivas aprofunda desigualdades e expõe famílias a riscos frequentes e severos, como a falta de água e a destruição de moradias por deslizamentos.

A consequência de uma sociedade pouco informada e, portanto, incapaz de pressionar as autoridades, é a continuidade de uma realidade em que eventos climáticos extremos causam tragédias evitáveis. Enchentes que deixam cidades submersas, ondas de calor que lotam hospitais e deslizamentos que desalojam famílias não são situações novas, mas tendem a se agravar. Esses eventos evidenciam a ineficiência na proteção de direitos básicos, revelando que, sem a devida pressão da sociedade, as políticas públicas tendem a ser reativas, ou seja, surgem apenas após as catástrofes, quando vidas já foram perdidas e direitos, violados.

Diante desse cenário, a implementação de campanhas de conscientização sobre os impactos das mudanças climáticas nos direitos fundamentais é essencial. Essas campanhas poderiam ser promovidas por ONGs, instituições públicas e escolas, com o objetivo de educar a população sobre os riscos e os impactos das mudanças climáticas em suas vidas e capacitá-la para exigir ações concretas do poder público, tais como políticas de planejamento urbano, preservação de recursos naturais e investimento em infraestrutura. Somente por meio de uma sociedade informada e engajada será possível assegurar a proteção dos direitos básicos diante dos desafios climáticos que se agravam a cada dia.

9º. As dificuldades para enfrentar a ansiedade entre os jovens no Brasil

Nos últimos anos, a ansiedade entre jovens brasileiros tem crescido de forma preocupante, ultrapassando os índices registrados entre adultos no SUS. A pressão acadêmica, o uso excessivo das redes sociais e a instabilidade social e econômica intensificam esse quadro.

Em 2025, o tema segue atual e pertinente ao contexto da juventude e da saúde mental no país. Por isso, consultar dados do Ministério da Saúde, da OMS e da ABP pode ajudar na construção de uma redação consistente para o ENEM.

Textos motivadores

Texto 1

Minha Cabeça
Clarice Falcão

Minha cabeça é pior
Durante a noite
Porque ela fala mais alto
E tem muitas certezas

Minha cabeça me faz
Crer que eu sou doida, e aí
Me deixa doida, vê só
A ironia

Minha cabeça não quer
Calar a boca, sequer
Por um segundo pra eu
Ouvir os outros

Minha cabeça só faz
Me passar a perna, e eu não sei
Se ela é minha ou se
Eu que sou dela

Fonte: open.spotify.com/intl-pt/track/3ficGERrGx87vLVvNK725F

Texto 2

Aumento de ansiedade entre os jovens tem causas tecnológicas e sociais
20/08/2024

Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de jovens internados por ansiedade subiu 136% em dez anos. Para José Luiz Portella, doutor em História Econômica pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e pesquisador do Instituto de Estudos Avançados (IEA), ambos da Universidade de São Paulo, essa questão está diretamente ligada à falta de políticas públicas voltadas para a saúde mental da juventude.

Portella explica que, com políticas esporádicas e não articuladas, o resultado prático é praticamente nulo, o que causa um antagonismo formal ao não se preocupar com a saúde mental dos jovens, tidos como o futuro do Brasil. Além de problemas de ansiedade devido às mídias sociais, o que atinge até as classes mais ricas, o especialista comenta que isso está ligado a todo o processo de vida que a sociedade está instalando e estimulando, com polarização e agilidade na internet.
(...)

Fonte: jornal.usp.br/podcast/sociedade-em-foco-204-aumento-de-ansiedade-entre-os-jovens-tem-causas-tecnologicas-e-sociais/

Texto 3

Charge sobre ansiedade entre os jovens

Fonte: instagram.com/flatlinner/p/CR1YMfrhpwg/

Exemplo de redação nota 1000 sobre o tema

No Brasil, a ansiedade entre os jovens é uma realidade que, apesar de evidente, muitas vezes é rotulada como "uma bobagem". No entanto, ignorar este problema pode comprometer seriamente o futuro da nossa juventude, que carrega o potencial de transformar a sociedade. De acordo com o filósofo e sociólogo Zygmunt Bauman, vivemos em tempos de "modernidade líquida", em que as incertezas e pressões sociais são constantes, o que agrava os problemas de saúde mental, especialmente em jovens. A ansiedade, assim, precisa ser reconhecida como uma questão urgente de saúde pública que, se não tratada com a devida atenção, pode impedir o desenvolvimento saudável dessa geração, comprometendo sua capacidade de construir um futuro próspero.

É sabido que a exposição excessiva dos jovens às redes sociais desempenha um papel significativo no aumento dos casos de ansiedade, devido à propagação constante de padrões irreais e idealizados. Em plataformas como Instagram e TikTok, surgem influenciadores que projetam vidas "perfeitas" e corpos idealizados, gerando uma busca por aceitação e validação externa. Essa realidade alternativa e inatingível pode facilmente causar ansiedade nos jovens, que muitas vezes não têm uma percepção crítica sobre o que consomem online. Portanto, é necessário que se realizem estudos e campanhas que evidenciem esses riscos de forma clara, sem demonizar as redes sociais, mas destacando seus efeitos reais e as possíveis consequências pelo seu uso desmedido.

Sem uma abordagem mais séria sobre esse problema, os índices de ansiedade entre adolescentes e jovens continuarão a aumentar a cada ano. Ignorar esse cenário pode resultar em um aumento nos casos de transtornos psicológicos crônicos, que acabam prejudicando o rendimento escolar e profissional, ou levando a problemas ainda mais graves, como a depressão e o suicídio. Portanto, é urgente que o problema seja reconhecido para que sejam adotadas medidas eficazes para enfrentá-lo.

Para combater esse cenário, campanhas educativas que envolvam a escola, os estudantes e os pais devem ser implementadas com o apoio da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Essas campanhas poderiam apresentar estudos sobre o impacto das redes sociais na saúde mental, com uma linguagem atrativa e acessível para os jovens e, ao mesmo tempo, oferecer alternativas para os jovens ocuparem seu tempo de forma saudável, como a prática de esportes, participação em atividades culturais e envolvimento em projetos comunitários, promovendo à juventude um desenvolvimento mais equilibrado e saudável.

Enquanto você adia o treino, outros já estão dominando o tema da ansiedade juvenil. Escreva agora sua redação e descubra como se destacar no Enem!

8º. Invisibilidade social de profissões essenciais na sociedade brasileira

A invisibilidade social de profissões essenciais é um tema atual na realidade brasileira, principalmente após a pandemia, que evidenciou a importância de trabalhadores muitas vezes negligenciados.

Este é um assunto que permite discutir desigualdade, valorização profissional e reconhecimento social. Além disso, dialoga com competências exigidas pelo ENEM, como cidadania e empatia. Por abordar questões sociais estruturais, tem forte potencial de ser cobrado na redação de 2025.

Textos motivadores

Texto 1

Profissões invisíveis: como é não ser enxergado pela sociedade.

Você já se perguntou qual a sensação de se sentir invisível? Para profissionais de diversas áreas, essa sensação se faz presente o tempo quase todo. Mesmo desempenhando funções essenciais, como varrer as ruas, sepultar pessoas ou coletar materiais recicláveis, muitos trabalhadores são simplesmente ignorados pela maioria das pessoas. Ou até mesmo humilhados.

Os catadores, por exemplo, são responsáveis por quase 90% do lixo reciclado no Brasil, segundo o Ipea. Mas poucas pessoas lembram desse tipo de informação quando se fala nesses trabalhadores.

Da mesma forma, imagine por um momento o caos que ficaria a cidade sem os serviços prestados por garis, faxineiros, sepultadores, porteiros e tantos outros profissionais que parecem invisíveis para muitos.

Fonte: observatorio3setor.org.br/profissoes-invisiveis-como-e-nao-ser-enxergado-pela-sociedade/

Texto 2

Fonte: https://apatria.org/o-trabalhador-invisivel/

Texto 3

"Uma vez pedi água e, ao devolver o copo, a moradora me mandou jogá-lo no caminhão. Isso quando não negam ou mandam a gente beber a água da torneira, quente, o que é mais comum", afirmou Daniel Xavier do Silva, 44 anos, sendo 15 de profissão [coletor de lixo]. "Ninguém olha para a gente como trabalhadores e sim como lixo", lamentou o profissional.

Fonte: http://www.dgabc.corn.br/Noticia/135986/coletores-de-Iixo-sofrem-corn-hurnilhacoes-e-preconceito.

Exemplo de redação nota 1000 sobre o tema

Na canção Construção, de Chico Buarque, o operário é retratado como alguém cuja vida e morte passam despercebidas, simbolizando a desvalorização do trabalhador comum. Tal crítica reflete a realidade brasileira, na qual profissionais essenciais — como catadores de recicláveis, garis e sepultadores — enfrentam a invisibilidade social, sendo frequentemente ignorados e até humilhados no exercício de suas funções. Essa contradição expõe o paradoxo de uma sociedade que depende profundamente desses indivíduos, mas lhes nega reconhecimento e dignidade.

A persistência desse quadro decorre de fatores históricos e estruturais. Desde o período colonial, atividades manuais foram associadas ao trabalho escravo, perpetuando a ideia de inferioridade de quem exerce funções braçais. Esse legado se reflete na contemporaneidade: segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), catadores são responsáveis por quase 90% do lixo reciclado no país, mas permanecem sem valorização e com condições precárias. O relato do coletor Daniel Xavier do Silva, que afirma que “ninguém olha para a gente como trabalhadores e sim como lixo”, revela o preconceito e a desumanização enfrentados por quem realiza tarefas vitais ao bem-estar coletivo.

Sob uma perspectiva sociológica, o pensador Pierre Bourdieu explica que a sociedade reproduz “hierarquias simbólicas” que determinam quem é digno de prestígio e quem é invisibilizado. Assim, apesar de sua importância cotidiana, profissionais da limpeza são relegados à marginalidade simbólica. Nessa lógica, confirma-se o alerta do geógrafo Milton Santos, para quem o espaço urbano brasileiro é sustentado pelos “trabalhadores anônimos”, cuja contribuição, embora essencial, permanece silenciada.

Diante desse cenário, é imprescindível que o Ministério do Trabalho e Emprego, em parceria com prefeituras municipais, crie um Programa Nacional de Valorização das Profissões Essenciais, destinado a oferecer formação continuada, reajustes salariais anuais e certificação pública de mérito profissional, com o objetivo de garantir condições dignas e reconhecimento social. Concomitantemente, o Ministério da Educação, junto a meios de comunicação e escolas públicas, deve promover campanhas educativas e culturais que divulguem a relevância desses trabalhadores por meio de documentários, exposições e conteúdos pedagógicos, a fim de combater estigmas e fortalecer a consciência coletiva sobre a dignidade do trabalho.

Portanto, a invisibilidade social das profissões essenciais decorre de uma construção histórica e simbólica que privilegia o status em detrimento da utilidade social. Superar essa realidade exige empatia e ação coletiva: reconhecer que a grandeza de uma nação se mede não pelo prestígio de poucos, mas pelo respeito a todos que a sustentam.

7º. Desafios relacionados ao vício em apostas e jogos online no Brasil

O vício em apostas e jogos online no Brasil tem ganhado destaque com a popularização das plataformas digitais e a regulamentação das apostas esportivas desde 2018, levantando preocupações sobre saúde mental, endividamento e impactos sociais, especialmente entre os jovens.

A falta de regulamentação eficaz e a necessidade de proteção dos cidadãos tornam esse tema relevante para o ENEM, que busca estimular a reflexão sobre medidas de prevenção e intervenção.

Textos motivadores

Texto 1

Setor de apostas em alta
Matheus Gouvea de Andrade
30/07/2024

Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em junho mostra que o apelo das apostas é mais forte entre os jovens e que também são eles que arriscam mais seu orçamento. Do total dos entrevistados, 29% dos apostadores têm de 25 a 34 anos; 22% de 35 a 44 anos; 15% de 18 a 24 anos; 13% têm 65 anos ou mais; 12% de 45 a 54 anos; e 10% de 55 a 64 anos.

Dos apostadores consultados no estudo, 64% afirmaram utilizar a renda principal para realizar as apostas online, e 63% tiveram parte do orçamento comprometido; 28% dos que deixaram de comprar algo têm entre 18 a 24 anos, contra apenas 5% entre os 55 a 64 anos.

Uma regulamentação desse setor no Brasil está a caminho. Por outro lado, os cassinos online – onde se enquadra o Jogo do Tigrinho, por exemplo – não são permitidos no país, e as plataformas normalmente usam sedes no Caribe e em ilhas como Malta.

O estudo da SBVC revelou ainda que 49% dos apostadores aumentaram a frequência de suas apostas em 2024. Uma pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) sobre investidores no Brasil destacou o setor: em 2023, 14% dos brasileiros usaram as plataformas de apostas. Para 40%, deles, a atividade é uma forma de ganhar dinheiro rápido em momentos de necessidade, com 22% a considerando uma forma de investimento financeiro.

Fonte: band.uol.com.br/noticias/apostas-e-pix-impulsionam-agiotagem-no-brasil-202407301150

Texto 2

Charge sobre jogos de aposta online

Fonte: instagram.com/p/C_vMgf8J_su/

Texto 3

Brasil vive epidemia de vício em apostas online
Priscila Carvalho
25/09/2024

Desde a regulamentação das apostas online em 2018, pelo então presidente Michel Temer, a prática de jogos de azar cresceu de forma expressiva no Brasil. Hoje, o país ocupa a terceira posição mundial em consumo de casas de apostas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Inglaterra, de acordo com dados da Comscore, empresa especializada em análise de dados.

O aumento desse hábito tem gerado preocupação entre especialistas da saúde, que veem o jogo como uma questão de saúde pública. Bruna Lopes, psicóloga e pesquisadora do Programa Ambulatorial Integrado dos Transtornos do Impulso (Proamiti), da Universidade de São Paulo (USP), afirma que a busca por tratamento de problemas relacionados a jogos de azar triplicou desde a liberação.

Essa escalada nos números também foi confirmada pelo psiquiatra Marcelo Santos Cruz, coordenador do Programa de Estudos e Assistência ao Uso Indevido de Drogas e vice-diretor do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Ele destaca que o problema não se limita aos jogadores, mas afeta profundamente suas famílias. Além disso, a falta de regulamentação efetiva e políticas públicas claras agrava o cenário. "O que vemos é um crescimento enorme dessas atividades, tanto nos jogos de celular quanto nas apostas esportivas, e muito pouco controle governamental. Isso é extremamente preocupante do ponto de vista da saúde mental", alerta o psiquiatra.

Fonte: dw.com/pt-br/brasil-vive-epidemia-de-v%C3%ADcio-em-apostas-online/a-70319947

Exemplo de redação nota 1000 sobre o tema

Em 2018, a regulamentação das apostas online no Brasil marcou um ponto de inflexão para o crescimento dessa prática no país. Desde então, o acesso a jogos de azar por meio de plataformas digitais tornou-se cada vez mais facilitado e sedutor para diversos públicos, especialmente os mais jovens. A popularização das apostas online e sua transformação em um fenômeno cultural nos leva a refletir sobre uma célebre frase do dramaturgo francês Molière: “Todos os vícios, quando estão na moda, passam por virtudes.” Ao normalizar as apostas como um entretenimento digital “aceitável”, e até “lucrativo”, a sociedade cria um ambiente em que os riscos do vício são minimizados, enquanto os prejuízos à saúde mental e financeira são maximizados.

O crescimento das apostas online soma-se ao sucesso dos mecanismos digitais. A pressão da sociedade para dominar as tecnologias é intensa; hoje, quem não acompanha o desenvolvimento digital sente-se ultrapassado, como se precisasse dominar essas plataformas para não ficar atrás daqueles que já estão inseridos nelas. Isso, contudo, aumenta os desafios relacionados ao vício, pois as apostas passam a ser vistas como mais uma habilidade digital a ser dominada e utilizada para alcançar vantagens econômicas. Dessa forma, torna-se mais difícil para muitos usuários perceberem a linha tênue que separa o entretenimento digital de um problema potencialmente devastador, visto que o apelo à modernidade e ao “fazer parte” das tendências tecnológicas pode cegar os usuários para os malefícios escondidos nesse comportamento.

Um dos maiores perigos desse cenário é a incapacidade de discernir os benefícios e os riscos dos mecanismos digitais. Ao enxergar as apostas como algo inofensivo, muitos indivíduos se tornam vulneráveis a problemas como endividamento, comprometendo suas finanças pessoais para sustentar essa prática. Além disso, especialistas na área da saúde mental alertam para os riscos associados ao vício em jogos de azar, agravando a necessidade de tratamento psicológico e de medidas de apoio. Assim, o vício em apostas digitais configura-se como um problema complexo, que atinge diretamente a qualidade de vida de milhares de brasileiros.

Para enfrentar esse desafio, é essencial conscientizar a população sobre os riscos das apostas e jogos online, quebrando a visão simplista e inofensiva que muitos têm sobre essas práticas. A implementação de campanhas educativas nas escolas, como palestras e debates sobre o impacto dos jogos de azar, pode ser uma medida eficaz de prevenção e intervenção, preparando as gerações mais jovens para refletirem criticamente sobre o tema. Tais ações têm o potencial de esclarecer os perigos do vício, incentivando um uso responsável das tecnologias e evitando que o problema atinja proporções ainda maiores, reduzindo a necessidade de tratamentos futuros.

6º. Desafios para a mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras

A mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras continua sendo um dos principais desafios sociais e ambientais do país. O crescimento desordenado, a falta de infraestrutura adequada e a dependência do transporte individual geram congestionamentos e poluição.

Por envolver cidadania, meio ambiente e qualidade de vida, tem grande potencial para ser tema da redação do ENEM.

Textos motivadores

Texto 1

Sobre mobilidade urbana

Mobilidade urbana é a capacidade que as pessoas, mercadorias e cargas possuem de circularem pelo espaço urbano levando em consideração a infraestrutura disponível, as normas vigentes e condições intrínsecas a esses agentes.

(...)

A dinamização do espaço urbano, a realização das atividades nas cidades e o acesso a todos os serviços que elas oferecem dependem da mobilidade urbana, por isso a sua importância.

No Brasil, o intenso fluxo migratório em direção às cidades a partir da segunda metade do século XX e o fato de que a infraestrutura e o sistema de transportes não foi ampliado são fatores que geram problemas à mobilidade urbana do país atualmente.

Fonte: brasilescola.uol.com.br/amp/geografia/mobilidade-urbana.htm

Texto 2

Fonte: tirasdidaticas.wordpress.com/2023/07/18/mobilidade-urbana/

Texto 3

Mobilidade urbana: o ir e vir que leva além

A mobilidade urbana está diretamente relacionada à qualidade de vida das pessoas. Basta imaginar viver em uma cidade onde, deslocar-se por ela, seja algo fácil, agradável e a um preço acessível. Tudo é muito lindo de se imaginar. Mas a realidade, quase sempre, é outra.

Professor da Universidade de Brasília (UnB) e doutor em política de desenvolvimento territorial, Joaquim Aragão sugere que, antes de definir as prioridades de sua gestão, os prefeitos observem algumas características de seu município – principalmente com relação ao tamanho e ao número de habitantes.

As cidades de maior porte precisam de um sistema com planejamento público mais definido, com um transporte de massa mais pesado. A começar por corredores exclusivos de BRT (Bus Rapid Transit), até chegar a sistemas sobre trilhos, necessários para cidades com população acima de 2 milhões de habitantes.

“É importante ver também outros meios de transportes que não sejam motorizados, como as bicicletas, que têm papel muito importante hoje em dia. Outros pontos a serem considerados são o tráfego e os estacionamentos nas áreas centrais, para que os carros não estacionem de forma a perturbar a circulação. Tem de haver uma boa política para que realmente haja uma boa utilização disso tudo”.

A circulação do transporte de carga também tem de ser levada em conta porque é muito comum os prefeitos se preocuparem com transporte coletivo e acabarem se esquecendo dos veículos de grande porte que, em muitos casos, acabam tendo de circular nas pequenas vias do município. “Os prefeitos precisam ficar atentos para impedir que caminhões e carretas rodoviárias circulem livremente, atrapalhando o trânsito e danificando calçadas e asfalto”, disse Aragão.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br/eleicoes-2020/noticia/2020-11/mobilidade-urbana-o-ir-e-vir-que-leva-alem

Exemplo de redação nota 1000 sobre o tema

A escritora e ativista Jane Jacobs, em sua obra Morte e Vida de Grandes Cidades, destaca que a qualidade da circulação urbana é determinante para a vitalidade das cidades, ressaltando a necessidade de integração entre diferentes modos de transporte e de planejamento participativo. Essa reflexão é pertinente à realidade brasileira, em que grandes centros urbanos enfrentam problemas crônicos de mobilidade, prejudicando o deslocamento de pessoas, mercadorias e serviços essenciais. Apesar do crescimento urbano acelerado, a infraestrutura e os sistemas de transporte público permanecem insuficientes, resultando em congestionamentos, poluição e perda de tempo produtivo.

O crescimento populacional desordenado, especialmente desde a segunda metade do século XX, é um dos principais entraves à mobilidade urbana. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cidades como São Paulo e Rio de Janeiro concentram milhões de habitantes, cuja demanda por deslocamento supera a capacidade do transporte existente. Além disso, a falta de integração entre diferentes limita a eficiência do sistema, o que agrava congestionamentos e prejudica a qualidade de vida. Uma possível solução seria a criação de incentivos fiscais para empresas que investirem em transporte coletivo sustentável.

Outro desafio relevante é a circulação de veículos de carga em áreas urbanas não planejadas, que danificam vias, calçadas e interferem no tráfego. Como observa Joaquim Aragão, da Universidade de Brasília, políticas municipais frequentemente priorizam transporte coletivo sem considerar caminhões e carretas, gerando conflitos e acidentes. A ausência de corredores exclusivos, planejamento de estacionamentos e infraestrutura cicloviária adequada reforça a precariedade da mobilidade, impactando diretamente a segurança e o bem-estar da população.

Para enfrentar essa realidade, é necessário que o Ministério das Cidades, em parceria com prefeituras municipais, empresas de transporte e órgãos de planejamento urbano, implemente um Plano Nacional Integrado de Mobilidade Urbana, contemplando a expansão de transporte de massa (metrô, BRT e trens), corredores exclusivos para ônibus e ciclovias, e regulamentação da circulação de veículos de carga em horários estratégicos. Paralelamente, o Ministério da Educação e meios de comunicação devem realizar campanhas educativas que promovam o uso de transportes sustentáveis, incentivem o deslocamento a pé e de bicicleta, e conscientizem a população sobre os impactos ambientais e sociais do trânsito intenso. Tais medidas visam garantir acessibilidade, segurança, eficiência e sustentabilidade no transporte urbano, contribuindo para uma melhor qualidade de vida e um ambiente urbano mais organizado.

Temas como mobilidade urbana costumam surpreender na redação. Pratique agora e saia na frente de quem ainda não começou!

5º. Desafios da proteção ambiental diante das mudanças climáticas no Brasil

A proteção ambiental diante das mudanças climáticas é um desafio crescente no Brasil, país que enfrenta desmatamento, queimadas e eventos climáticos extremos. A necessidade de equilibrar desenvolvimento econômico e preservação ambiental torna o tema ainda mais relevante em 2025.

Textos motivadores

Texto 1

Fonte: oc.eco.br/desmatamento-e-tema-de-nova-tira-de-fernando-gonsales-para-o-oc/

Texto 2

Mudança Climática no Brasil: 7 impactos reais que você precisa conhecer

O aumento das temperaturas e a alteração nos padrões de precipitação estão resultando em secas severas em algumas regiões, enquanto outras enfrentam chuvas torrenciais e inundações devastadoras. Esses fenômenos afetam a agricultura e também impactam a disponibilidade de água potável e a saúde pública, criando um ciclo de desafios que exigem nossa atenção e ação imediata.

Segundo a ONU, até 2100, podemos enfrentar um aumento de até 4,4°C na temperatura média global. No Brasil, regiões específicas já registram elevações de 3°C, conforme alerta o IPCC. As enchentes no Rio Grande do Sul em 2024 são apenas um exemplo dos eventos extremos que tendem a se intensificar.

Fonte: saberquetransforma.com.br/mudanca-climatica-no-brasil-7-impactos/

Texto 3

Sensação térmica de mais de 60 graus: por que faz mais calor nas favelas do Rio

As periferias brasileiras podem registrar temperaturas até 8°C mais altas do que nos bairros vizinhos. Mudanças climáticas agravam as desigualdades e afetam intensamente a população negra

Em março, a cidade do Rio de Janeiro registrou 44°C, a temperatura mais alta em uma década, segundo o Sistema de Alerta Rio. No Complexo da Maré, conjunto de 15 favelas da zona norte da cidade, as altas temperaturas foram ainda mais intensas, com sensação térmica de 60°C, registrada pelo termômetro da Redes da Maré, organização comunitária local que trabalha pela inclusão social e melhoria da qualidade de vida da Maré. “Esse calor excessivo não é apenas o verão carioca, mas um reflexo da crise climática”, afirma Everton Pereira, morador do complexo e coordenador do eixo de direitos urbanos e socioambientais da organização.

Isto não é apenas uma percepção. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, mais de 3 mil pessoas precisaram de atendimento médico por desidratação, insolação e outros problemas de saúde devido ao alerta de calor. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que as altas temperaturas podem agravar doenças cardiovasculares, respiratórias e de saúde mental, podendo até ser fatais.

Fonte: elpais.com/america-futura/2025-04-08/sensacao-termica-de-mais-de-60-graus-por-que-faz-mais-calor-nas-favelas-do-rio.html

Exemplo de redação nota 1000 sobre o tema

O filósofo Hans Jonas, em O Princípio Responsabilidade, defende que a humanidade deve assumir responsabilidade ética sobre o futuro do planeta, especialmente diante dos riscos ambientais gerados por suas ações. Essa reflexão é pertinente ao contexto brasileiro, em que mudanças climáticas e degradação ambiental impõem desafios crescentes à proteção do meio ambiente. Fenômenos como aumento da temperatura, chuvas intensas e secas severas impactam diretamente a qualidade de vida da população, sobretudo nas áreas urbanas periféricas e nos territórios tradicionalmente vulneráveis, como comunidades quilombolas e assentamentos rurais. Diante disso, é necessário analisar o papel do Estado e de políticas públicas na mitigação e adaptação aos efeitos climáticos.

Em primeiro lugar, o desmatamento da Amazônia e de outros biomas brasileiros intensifica as mudanças climáticas, reduzindo a capacidade de absorção de carbono e agravando eventos extremos. Entre 2019 e 2023, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontam um aumento de 25% nas taxas de desmatamento da Amazônia Legal, o que contribui para secas mais severas no Nordeste e inundações na Região Sul. Além disso, iniciativas locais, como a experiência de agroflorestas no estado do Pará, demonstram que é possível conciliar produção agrícola com preservação ambiental, oferecendo modelos inovadores de adaptação climática e mitigação de impactos.

Outro ponto relevante é a desigualdade social intensificada pelos efeitos climáticos. Populações periféricas urbanas, como os moradores do Complexo da Maré, sofrem com temperaturas extremas e infraestrutura precária, enquanto comunidades rurais enfrentam perda de colheitas e escassez hídrica. Políticas ambientais isoladas não são suficientes; é necessário integrar ações socioambientais com programas de saúde, educação e urbanismo sustentável. Projetos de arborização comunitária e hortas urbanas, por exemplo, têm mostrado resultados positivos na redução da temperatura local e na promoção de segurança alimentar, evidenciando que soluções inovadoras e locais podem ser escaladas nacionalmente.

Em suma, os desafios da proteção ambiental diante das mudanças climáticas no Brasil são estruturais, sociais e ecológicos. Cabe ao Ministério do Meio Ambiente, em parceria com prefeituras, universidades e organizações da sociedade civil, implementar um Plano Nacional de Mitigação e Adaptação Climática, que contemple reflorestamento, proteção de biomas, regulamentação rigorosa contra desmatamento ilegal, infraestrutura urbana verde e programas de conscientização socioambiental. Paralelamente, o Ministério da Educação e meios de comunicação devem promover campanhas educativas que incentivem o consumo sustentável, o uso racional de água e energia, e a participação cidadã na proteção do meio ambiente. Tais medidas, articuladas com experiências locais de sucesso, reduzirão impactos climáticos, protegerão populações vulneráveis e assegurarão sustentabilidade ambiental e social para o país.

4º. Desafios para a (re)inserção socioeconômica da população em situação de rua no Brasil

Este é um desafio que reflete desigualdades históricas e a falta de políticas públicas eficazes no Brasil. O aumento dessa população após a pandemia evidencia a urgência de soluções que garantam moradia, emprego e dignidade.

Por tratar de inclusão, cidadania e direitos fundamentais, tem grande potencial de ser escolhido para a redação do ENEM 2025.

Textos motivadores

Texto 1

Mais de 335 mil pessoas vivem em situação de rua no Brasil

O número de pessoas vivendo em situação de rua em todo o Brasil registradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal, em março deste ano, chegou a 335.151. Se comparado ao registrado em dezembro de 2024, quando havia 327.925 pessoas nessa situação, houve um aumento de 0,37% no primeiro trimestre deste ano.

Os dados são do informe técnico de abril do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/Polos da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG), divulgados na segunda-feira (14). O estudo foi feito com base nos dados disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) sobre o CadÚnico.

O número apurado em março é 14,6 vezes superior ao registrado em dezembro de 2013, quando havia 22,9 mil pessoas vivendo nas ruas no país.

No Brasil, o relatório demonstra que o CadÚnico registrou em março de 2025:

  • 9.933 crianças e adolescentes em situação de rua (3%);
  • 294.467 pessoas em situação de rua na faixa etária de 18 a 59 anos (88%);
  • 30.751 idosos em situação de rua (9%);
  • 84% são pessoas do sexo masculino.

Em relação à renda, 81% (272.069) das pessoas em situação de rua sobrevivem com até R$ 109 por mês, correspondente a 7,18% do salário mínimo, hoje R$ 1.518.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2025-04/mais-de-335-mil-pessoas-vivem-em-situacao-de-rua-no-brasil

Texto 2

População de rua enfrenta dificuldades diante de políticas públicas precárias

Depois de muita luta dos movimentos sociais, a Política Nacional para a População em Situação de Rua foi instituída pelo Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009. Havia a previsão de assistência social, saúde, moradia, entre outras ações. Mas a resposta dos municípios foi muito baixa. Em 2023, apenas 18 cidades haviam aderido à política em um universo de 5.570 municípios no país.

Em dezembro de 2023, o governo federal lançou o “Plano Ruas Visíveis — Pelo direito ao futuro da população em situação de rua”, com investimento inicial de R$ 982 milhões. Uma espécie de atualização do plano de 2009, baseado em sete eixos: assistência social e segurança alimentar; saúde; violência institucional; cidadania, educação e cultura; habitação; trabalho e renda; e produção e gestão de dados. Até o momento, apenas o Rio de Janeiro e Belo Horizonte aderiram ao plano.

Fonte: iclnoticias.com.br/pessoas-em-situacao-de-rua-um-problema-de-todos/

Texto 3

Fonte: https://blogdoaftm.com.br/charge-cresce-populacao-de-rua/

Exemplo de redação nota 1000 sobre o tema

O sociólogo francês Émile Durkheim afirmava que a coesão social é essencial para o equilíbrio de uma sociedade, o que, no contexto brasileiro, evidencia a necessidade de políticas públicas integradas e inovadoras para a reinserção da população em situação de rua, cuja (re)inserção socioeconômica enfrenta obstáculos estruturais e institucionais. A precariedade das políticas públicas e o estigma social, aliados à ausência de iniciativas inovadoras de reintegração, perpetuam esse cenário de vulnerabilidade e invisibilidade.

Primeiramente, é importante compreender que a expansão da população em situação de rua é reflexo direto das desigualdades históricas do país e do enfraquecimento de políticas de proteção social. Segundo dados do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (UFMG, 2025), mais de 335 mil pessoas vivem nas ruas, um número 14 vezes superior ao registrado em 2013. Esse aumento decorre da combinação entre desemprego, crise habitacional e insuficiência de políticas de assistência. A Política Nacional para a População em Situação de Rua, criada em 2009, nunca foi plenamente implementada — apenas 18 municípios aderiram formalmente até 2023 —, o que demonstra a falta de comprometimento das gestões locais com a reintegração dessa população.

Além disso, o preconceito e a desumanização dificultam a reinserção social. A filósofa Hannah Arendt, ao discutir a “banalidade do mal”, alertava para o perigo da indiferença diante do sofrimento humano. No Brasil, essa indiferença se manifesta no olhar que naturaliza a presença de pessoas dormindo em calçadas ou sob viadutos, como se fossem parte da paisagem urbana. Tal percepção impede a criação de oportunidades concretas de trabalho, moradia e acesso a serviços essenciais, perpetuando a exclusão social.

Diante desse cenário, torna-se imprescindível que o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, em articulação com prefeituras, organizações civis, empresas privadas e universidades, implemente um Plano Nacional de Reintegração Socioeconômica, com três eixos principais: (i) criação de Centros Integrados de Atendimento para oferecer acolhimento temporário, acompanhamento psicológico, capacitação profissional e encaminhamento para empregos formais; (ii) desenvolvimento de programas habitacionais graduais, vinculando moradia assistida à inserção no mercado de trabalho e acompanhamento social, garantindo segurança e estabilidade; e (iii) campanhas de educação cidadã e desconstrução de estigmas, em escolas e mídias, promovendo empatia, respeito e participação social. Além disso, é crucial estabelecer mecanismos de monitoramento e avaliação contínua, garantindo que os investimentos atinjam resultados efetivos na reconstrução de vínculos sociais e no fortalecimento da autonomia dessa população. Somadas, essas medidas articuladas não apenas enfrentam a exclusão estrutural e a discriminação social, mas transformam ruas em espaços de dignidade, cidadania e oportunidades concretas, promovendo inclusão efetiva e justiça social no Brasil.

3º. O papel da educação digital no combate à desinformação

O avanço das tecnologias de comunicação tornou a desinformação um dos maiores desafios da atualidade. Nesse contexto, a educação digital surge como ferramenta essencial para formar cidadãos críticos e capazes de identificar notícias falsas.

O tema ganha ainda mais relevância diante do impacto das redes sociais na construção da opinião pública. Por relacionar tecnologia, educação e cidadania, possui grande potencial para ser tema da redação do ENEM.

Textos motivadores

Texto 1

Apenas com educação midiática jovens vão conseguir identificar o que é fake news

O Brasil foi o país com o pior desempenho em uma pesquisa da OCDE que mediu a capacidade das pessoas em verificar conteúdos e identificar notícias falsas. Divulgado em julho, o levantamento feito em 21 países simulou uma rede social e pediu aos participantes que classificassem as notícias encontradas nela. Já os resultados do último Pisa - avaliação que mede os conhecimentos dos estudantes de 15 anos - mostram que apenas 2% dos jovens brasileiros estão nos níveis mais altos de proficiência em leitura e, logo, aptos a diferenciar fato e opinião e encontrar informações implícitas no texto.

São dados que mostram um terreno muito fértil para disseminação de fake news e interromper esse curso exige investimento e comprometimento na implementação de uma educação midiática. "Conceitualmente, isso significa desenvolver habilidades para que crianças e adolescentes, a partir do chão da escola, possam aprender a acessar informação, analisar criticamente e a criar conteúdos de forma ética e responsável", disse Patrícia Blanco, presidente do Instituto Palavra Aberta e uma das participantes do Meet Point que o Estadão promoveu nesta sexta-feira, 8, para discutir o assunto.

Apenas com a educação midiática, acrescenta, é que os jovens vão aprender a fazer o uso ético das ferramentas e desenvolverão olhar aguçado aos conteúdos que chegam todos os dias nas telas. "O estudo [DA OCDE] mostrou que polarização política, os vieses relacionados a crenças e ideologias, e a falta de entendimento dos diferentes gêneros textuais geram a desinformação. E isso é um caldo propício para que a gente acabe acreditando em notícias fraudulentas, em conteúdos manipulados."

Fonte: noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2024/11/09/apenas-com-educacao-midiatica-jovens-vao-conseguir-identificar-o-que-e-fake-news.htm

Texto 2

As estratégias para combater fake news nas escolas

Coordenadora do EducaMídia, programa de educação midiática do Instituto Palavra Aberta, Daniela Machado explica que a educação para as mídias pode ser incluída nas mais diversas disciplinas escolares. "Quando falamos de educação midiática, estamos falando de um conceito guarda-chuva que dá conta de uma série de habilidades essenciais para que a gente efetivamente participe da vida em uma sociedade conectada", explica.

Entre essas habilidades, está não só saber se uma informação é verdadeira ou falsa, mas desenvolver uma leitura crítica para entender o contexto da mensagem, se é um dado ou uma opinião, além de formar produtores de conteúdo mais responsáveis com o que vão postar ou não.

A especialista explica que, na hora de analisar se uma escola trabalha ou não a conectividade com o mundo virtual, não basta olhar para a infraestrutura, mas também para como o uso da tecnologia é abordado. "Não é suficiente ter os dispositivos, a gente também precisa ter a oportunidade de aprender a navegar neste grande universo da informação para fazer um uso melhor de tudo isso."

Fonte: correiobraziliense.com.br/euestudante/educacao-basica/2024/09/6935270-as-estrategias-para-combater-fake-news-nas-escolas.html

Texto 3

Fonte: blogdoaftm.com.br/charge-fake-news-3/

Exemplo de redação nota 1000 sobre o tema

O filósofo Immanuel Kant afirmava que o esclarecimento consiste na capacidade do indivíduo de pensar por si. No contexto contemporâneo, marcado pela instantaneidade das redes e pela avalanche informacional, essa reflexão torna-se urgente: a autonomia intelectual hoje depende também da competência crítica diante das mídias. No Brasil, contudo, a ausência de uma educação digital estruturada e o baixo letramento midiático da população favorecem a propagação de desinformações, ameaçando a democracia e a convivência social.

Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que o avanço das fake news decorre, em parte, de lacunas históricas no sistema educacional. Além dos dados da OCDE, que mostram que o Brasil apresentou o pior desempenho entre 21 países na capacidade de identificar notícias falsas, observa-se que a falta de incentivo à leitura crítica nas escolas brasileiras contribui para a dificuldade dos jovens em analisar informações, como se percebe em situações cotidianas, por exemplo, na propagação de boatos em grupos familiares de aplicativos de mensagens. Esse cenário reflete a falta de políticas públicas voltadas à alfabetização midiática, o que torna a população vulnerável a conteúdos manipulados, especialmente em períodos eleitorais ou de crise sanitária, como durante a pandemia de Covid-19.

Além disso, o uso acrítico das redes sociais reforça a necessidade de uma educação digital humanizadora. A coordenadora do programa EducaMídia, Daniela Machado, explica que a educação midiática não se limita a ensinar o uso técnico das tecnologias, mas sim a desenvolver habilidades para interpretar, analisar e produzir informações de forma ética e responsável. Entretanto, a maioria das escolas brasileiras ainda utiliza os recursos digitais apenas como apoio pedagógico, sem abordar questões como desinformação, discurso de ódio e ética comunicativa — fatores que perpetuam a desconfiança e a polarização social.

Dessa forma, é imprescindível que o Ministério da Educação, em parceria com o Instituto Palavra Aberta e universidades federais, implemente um Programa Nacional de Educação Digital Crítica, incluindo, por exemplo, a criação de laboratórios de mídia nas escolas e a participação ativa dos estudantes em projetos de checagem de notícias locais. Acresce, ainda, a necessidade de inserir o letramento midiático na Base Nacional Comum Curricular. Essas ações, ao formar cidadãos capazes de refletir sobre o que consomem e compartilham, fortalecerão a autonomia intelectual e o exercício pleno da cidadania. Afinal, como defendeu Kant, a liberdade só é legítima quando acompanhada da responsabilidade — princípio essencial para uma sociedade informada e democrática.

Esse tema está entre os mais cotados do Enem, e você ainda não treinou? Escreva agora sua redação sobre educação digital e descubra se está pronto para tirar mil!

2º. Caminhos para o combate ao discurso de ódio nas redes sociais

O discurso de ódio nas redes sociais tem se intensificado, afetando a convivência democrática e o respeito às diferenças. O ambiente digital, muitas vezes sem regulação eficaz, facilita a propagação de mensagens discriminatórias e violentas.

A urgência em discutir estratégias de prevenção e responsabilização nesse contexto reforça a pertinência do tema para o ENEM 2025.

Textos motivadores

Texto 1

“A gente tem camadas na internet em que o discurso de ódio é mais explícito, que tendem a ser camadas mais opacas. Vamos supor, grupos neonazistas. Mas boa parte do discurso de ódio hoje tem um caráter ambíguo. Então, às vezes, ele passa pelo humor, pode passar pela ironia, pela brincadeira. Às vezes, pode se misturar com gênero de discurso teológico [...]. Então, às vezes, vai passar por uma linguagem mais religiosa, uma linguagem do entretenimento, linguagens próprias da cultura digital que são supostamente áreas sob uma lógica de domínio privado. Porém são lógicas privadas que estão cada vez mais contaminando a esfera pública”

Letícia Cesarino, Assessora de Comunicação e Cultura do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, em audiência pública do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional (CSS)

Fonte: Agência Senado 12.senado.leg.br/noticias/materias/2023/09/04/plataformas-digitais-devem-ser-reguladas-para-coibir-discurso-de-odio-aponta-ccs

Texto 2

Fonte: kikacastro.com.br/wp-content/uploads/2016/11/dukeraiva.jpg

Texto 3

A liberdade de expressão é um direito humano fundamental garantido pela Constituição brasileira. Mas isso não significa que qualquer pessoa possa falar qualquer coisa por aí. A liberdade de expressão termina se ela coloca em risco a liberdade de outra pessoa. É esse o caso do discurso de ódio.

É preciso reforçar, no entanto, que nem tudo é discurso de ódio. Banalizar o termo pode fazer com que discussões relevantes e de interesse público possam ser retiradas do ar, sem que necessariamente sejam violações de direitos.

Além disso, uma abordagem excessivamente punitiva pode levar ao aumento no monitoramento de mensagens, em uma patrulha do discurso e até à censura.

Fonte: saferlab.org.br/o-que-e-discurso-de-odio/

Exemplo de redação nota 1000 sobre o tema

O filósofo canadense Marshall McLuhan afirmava que “o meio é a mensagem”, indicando que a forma como a informação circula influencia diretamente a sociedade. No contexto contemporâneo, marcado pelo uso massivo das redes sociais, tal reflexão revela-se crucial diante do crescimento do discurso de ódio, caracterizado por ataques direcionados a grupos ou indivíduos com base em raça, gênero, orientação sexual, religião ou ideologia. No Brasil, essa problemática afeta a convivência social e a democracia, exigindo políticas públicas e ações educativas, como programas de formação continuada para professores e campanhas de mídia voltadas à juventude, que conciliem a liberdade de expressão com a proteção dos direitos humanos.

Em primeiro lugar, é necessário compreender que o discurso de ódio se manifesta de formas diversas, muitas vezes sutis, como ironias, memes ou comentários humorísticos, que reforçam preconceitos de maneira dissimulada. Letícia Cesarino, assessora do Ministério dos Direitos Humanos, alerta que essas manifestações, ainda que aparentemente privadas, “contaminam a esfera pública” e normalizam a hostilidade contra grupos vulneráveis. Esse fenômeno evidencia a necessidade de alfabetização digital, capaz de desenvolver a capacidade crítica dos usuários e estimular a empatia online, prevenindo a disseminação de conteúdos nocivos.

Além disso, o combate ao discurso de ódio não pode se limitar à punição ou censura indiscriminada, sob risco de cerceamento da liberdade de expressão, direito fundamental garantido pela Constituição. Segundo especialistas, a distinção entre opinião controversa e discurso de ódio é essencial, evitando que discussões legítimas de interesse público sejam retiradas das plataformas. Portanto, a estratégia mais eficaz combina regulamentação das plataformas digitais, transparência na moderação de conteúdos e educação digital que promova cidadania e responsabilidade, em vez de repressão autoritária.

Diante desse cenário, é urgente que o Ministério da Educação, em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos e organizações civis, implemente um Programa Nacional de Educação Digital Ética, voltado a escolas e universidades, com oficinas sobre reconhecimento e prevenção de discurso de ódio, produção responsável de conteúdo e empatia digital. Paralelamente, o Ministério das Comunicações, em articulação com plataformas como X, Instagram e YouTube, deve criar um Sistema Nacional de Monitoramento Colaborativo Online, composto por equipes técnicas das próprias plataformas, representantes do governo e da sociedade civil, além de universidades públicas. Esse sistema funcionaria por meio de um painel digital aberto, no qual denúncias fundamentadas seriam triadas por moderadores capacitados e observatórios independentes, garantindo que apenas conteúdos comprovadamente violentos fossem removidos. Ademais, campanhas informativas periódicas nas redes destacariam o impacto do ódio virtual e divulgariam canais seguros de denúncia. Essas medidas articuladas fortaleceriam a cultura do respeito e a convivência democrática, conciliando liberdade de expressão e proteção dos direitos humanos.

1º. O impacto da inteligência artificial na vida cotidiana e no mercado de trabalho

O ENEM 2025 pode abordar o impacto da inteligência artificial na vida cotidiana e no mercado de trabalho, tema cada vez mais presente nas discussões sociais.

O avanço dessa tecnologia tem transformado profissões, comportamentos e formas de interação, exigindo novas habilidades e reflexões éticas. Apesar dos benefícios da automação e da inovação, surgem desafios ligados ao desemprego e à privacidade.

Textos motivadores

Texto 1

Como a IA está a impactar o mercado de trabalho

Os números são das edições mais recentes dos dois maiores estudos globais da Accenture – Life Trends e Technology Vision – e dão pistas sobre os caminhos para potenciar valor com a transformação que a IA generativa está a trazer para o mercado, nas empresas e junto dos clientes e colaboradores dessas empresas.

As tecnologias humanas “by design” são encaradas pela esmagadora maioria dos decisores (95%) como uma das armas para tirar maior partido da “nova era do potencial humano”. Na prática, isto traduz-se em tecnologias mais fáceis de usar, mais humanizadas e numa preocupação crescente com o propósito e o impacto.

As mesmas tendências confirmam que a IA generativa vai redefinir a forma como as marcas se relacionam com os clientes e abrir caminho a uma espécie de reconciliação com o passado. “Nos últimos dois anos, esquecemo-nos de tudo o que tínhamos descoberto sobre a importância da experiência do cliente”, reconheceu Mark Curtis, Global Leadership lead da Accenture Song no mesmo evento.

Fonte: jornaldenegocios.pt/negocios-iniciativas/detalhe/como-a-ia-esta-a-impactar--o-mercado-de-trabalho

Texto 2

Fonte: deusnogibi.com.br/aprenda-a-fazer/inteligencia-artificial-e-quadrinhos/

Texto 3

Os milhares de trabalhadores em países pobres que abastecem programas de inteligência artificial como o ChatGPT

Quando você faz uma pergunta ao ChatGPT, o programa usa cerca de 175 bilhões de "parâmetros" ou variáveis para decidir o que responder. Como já mencionamos, esse sistema de IA usa como fonte principal as informações obtidas na internet. Mas como distinguir os conteúdos? Graças às referências "ensinadas" por seres humanos.

A empresa contrata esses "rotuladores" de dados (data taggers). Na indústria de tecnologia, esse tipo de atividade é chamado de "enriquecimento de dados". Ironicamente, apesar de ser um trabalho essencial para o desenvolvimento da IA, o enriquecimento de dados é o elo mais pobre da cadeia produtiva das grandes empresas de tecnologia. Um fato que foi reconhecido pela organização Partnership on AI.

Fonte: bbc.com/portuguese/articles/c3gze230pj1o

Exemplo de redação nota 1000 sobre o tema

O sociólogo Zygmunt Bauman, ao refletir sobre a modernidade líquida, afirmou que as transformações tecnológicas tornam a sociedade cada vez mais volátil e imprevisível. Essa perspectiva é particularmente pertinente na contemporaneidade, diante da ascensão da inteligência artificial (IA), que já se faz presente em tarefas cotidianas — como assistentes virtuais, recomendações de conteúdo e sistemas de tradução automática — e no mercado de trabalho, redefinindo funções e exigindo novas habilidades. No entanto, embora a IA traga benefícios inegáveis, como o aumento da produtividade e a automação de processos, também gera desafios sociais e éticos, como a precarização laboral e a desigualdade tecnológica. Assim, torna-se imprescindível analisar como essa revolução digital afeta a vida das pessoas e quais caminhos podem garantir uma adaptação justa e inclusiva.

Em primeiro lugar, é notório que a inteligência artificial tem transformado positivamente a rotina das sociedades contemporâneas, tornando atividades mais rápidas, seguras e personalizadas. No campo da saúde, algoritmos são capazes de detectar doenças com alta precisão; na educação, plataformas adaptativas personalizam o aprendizado; e nas empresas, sistemas automatizados otimizam a gestão de dados e o relacionamento com clientes. Entretanto, é necessário reconhecer que a inteligência artificial, embora promova eficiência e inovação, também redefine o conceito de trabalho. Segundo o Fórum Econômico Mundial (2024), cerca de 85 milhões de empregos devem ser substituídos por automação até o final da década, enquanto novas funções exigirão competências digitais ainda inacessíveis à maioria da população.

Além disso, o avanço da IA suscita desafios éticos cada vez mais complexos. Casos recentes de viés algorítmico, como sistemas de reconhecimento facial que apresentam maior taxa de erro para pessoas negras, demonstram como a tecnologia pode reproduzir preconceitos sociais sob aparência de neutralidade. A pesquisadora americana Shoshana Zuboff, em A Era do Capitalismo de Vigilância, alerta que as grandes corporações utilizam dados pessoais para prever e influenciar comportamentos, reduzindo a autonomia dos indivíduos. Esse fenômeno evidencia que o problema não está apenas na substituição de empregos, mas na própria lógica de controle e exploração informacional. Assim, mais do que discutir o uso da IA como ferramenta, é imperativo refletir sobre quem a controla, com quais objetivos e sob quais critérios éticos.

Diante desse cenário, cabe ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com universidades e empresas do setor, implementar um Marco Nacional de Ética e Regulação da Inteligência Artificial, com foco na transparência dos algoritmos e na proteção de dados pessoais. Paralelamente, o Ministério da Educação deve ampliar programas de alfabetização digital crítica nas escolas públicas, promovendo oficinas sobre ética tecnológica, cidadania digital e capacitação profissional. Por fim, campanhas coordenadas pela Secretaria de Comunicação Social podem divulgar informações acessíveis sobre o uso responsável da IA e seus riscos sociais. Tais medidas, integradas, possibilitam que a inteligência artificial seja não um instrumento de exclusão, mas um meio de emancipação humana, assegurando um futuro tecnológico ético, justo e inclusivo.

Aproveite e siga se preparando com:

Exemplos de redação nota 1000 no ENEM

55 possíveis temas de redação para arrasar no Enem 2025

Como fazer uma boa redação (com passo a passo e exemplos)

Márcia Fernandes
Márcia Fernandes
Professora, produz conteúdos educativos desde 2015. Licenciada em Letras pela Universidade Católica de Santos (habilitação para Ensino Fundamental II e Ensino Médio) e formada no Curso de Magistério (habilitação para Educação Infantil e Ensino Fundamental I).